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Quando a marca é extensão da personalidade dos fundadores

Quando a marca é extensão da personalidade dos fundadores

Tempo de leitura: 5 min

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Sábado, 27 de setembro de 2025

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Sábado, 27 de setembro de 2025

No universo do branding contemporâneo, a construção de marca ultrapassa os limites do visual e do verbal. Em muitos casos, a identidade se confunde com a própria figura de quem fundou o negócio. Marcas autorais são aquelas que carregam a essência, os valores e até o estilo de vida de seus criadores, tornando-se, aos olhos do público, mais do que empresas: verdadeiras expressões pessoais.


Essa conexão direta entre fundador e marca cria uma percepção de autenticidade difícil de replicar. Estudo da ZipDo aponta que a autenticidade é um dos fatores mais valorizados por consumidores no momento da escolha. Quando essa autenticidade se traduz em uma voz clara, uma estética definida e um posicionamento coerente, o engajamento cresce, e o relacionamento com o público se aprofunda.


Presença digital, neste contexto, desempenha papel estratégico. Marcas autorais costumam explorar com mais naturalidade canais como redes sociais, newsletters e vídeos, estabelecendo uma comunicação menos institucional e mais humana. De acordo com a WifiTalents, marcas que se apresentam com rosto, história e valores bem definidos têm maiores chances de criar vínculos emocionais e gerar lealdade. Um exemplo notável é a Patrick TA Beauty, fundada pelo makeup artist Patrick Ta, que transformou sua expertise e clientela de celebridades como Gigi Hadid, Ariana Grande e as irmãs Kardashian em uma marca de beleza que reflete sua filosofia de que "todo mundo merece se sentir confiante e bonito todos os dias".


Para além da comunicação, existe também um impacto positivo na coesão interna da marca. Quando o branding nasce da personalidade do fundador, decisões sobre linguagem, paleta de cores, comportamento nas redes ou até o tipo de serviço oferecido ganham coerência. Esse alinhamento fortalece o posicionamento e cria consistência na experiência entregue ao público. Patrick Ta exemplifica isso ao manter sua assinatura visual de "glow natural" tanto em seu trabalho como makeup artist quanto nos produtos de sua marca, criando uma identidade coesa entre sua persona profissional e seu negócio.

Mas nem tudo é benefício. Marcas muito centradas em figuras individuais podem enfrentar dificuldades em processos de transição, expansão ou sucessão. O excesso de dependência de uma pessoa pode limitar o crescimento da empresa, tornando necessário um trabalho cuidadoso de estruturação da identidade para que ela seja transferível e escalável.


Em muitos casos, a força do branding autoral está na clareza do ponto de vista. Ao defender uma causa, uma estética ou uma forma específica de fazer, essas marcas se destacam em um mercado saturado por discursos genéricos. Design, conteúdo e produto passam a ser extensões naturais de uma visão de mundo. Essa abordagem facilita a conexão com nichos específicos e fortalece a percepção de valor.


Como destacou Gary Vaynerchuk, referência mundial em marketing digital, "sua marca pessoal é o único ativo que vai com você para todo lugar. A reputação online é o que sustenta seus resultados". Em um ambiente digital onde tudo é rastreável, a construção consciente da imagem do fundador não é apenas uma escolha, mas uma estratégia de longo prazo. Marcas autorais representam uma mudança cultural na forma de fazer branding. São projetos que nascem com propósito, tom de voz definido e personalidade evidente. A relação com o público se torna mais próxima, mais afetiva, e mais exigente também. Afinal, quando a marca tem rosto, o público espera coerência não só no discurso, mas em cada atitude, produto e entrega.